segunda-feira, 6 de dezembro de 2010

Confisco

Pegou-se sorrindo e percebeu o peito aquecido, foi procurar o motivo para que o gozo lhe fosse legítimo. Daí que não viu razão aparente, pelo contrário: olhando para si, achou a alegria uma afronta. E agora? Uma pequena frustração. Teria que devolver o prêmio dado ao engano? Sentiu a quentura esfriar dois degraus, e inconformado, rastreou os pensamentos com mais cuidado. Concluiu que provavelmente foi efeito da música. Mas vindo da música, vale? E aí nem tinha mais brasa para alimentar, o momento havia passado. Quase achou graça na sua auto-censura... Felicidade, nem de graça. Sentir? Só depois do sentido.

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