quinta-feira, 18 de novembro de 2010

Por que o vento não me levou

Você admira a leveza das nuvens, a suavidade com que se formam e desmancham, fáceis. A serenidade das nuvens, feitas de movimento, para o movimento, entregues ao vento... Acha fofo, não é? Então por que não me solta?? Eu preciso seguir em frente, da vida fluida, das mutações bem vindas. Mas você não deixa. Por quê? Vê que eu nem peço ajuda para o impulso, há vento de sobra aqui dentro. E você tranca as janelas para ir se esquecer na rede, sempre muito ocupado em não ocupar-se de nada, boicotando meu caminho.

Fica o ar carregado, você no deserto e eu chovendo no molhado, e quando volta a si, toma por vida requentar a morte. Calça as pantufas, estoura as pipocas, e vai assistir ao "vale a pena ver de novo" que você costurou das lembranças com tanto afinco. É noveleiro, adora um drama. Fica lá esparramado na poltrona, comovido com o filme triste. E se delicia na análise. Busca o chicote, acende o maço de cigarros e fica a divagar sobre o que e os porquês dos méritos e desméritos desse produto inventado.

Chega a hora do julgamento, e após longas sessões de masturbação mental, o juri considera o réu culpado pela pobreza da peça representada. Mea cvlpa! - shhtáaa, estala o chicote - mea cvlpa! Daí você se enfia coitadinho na rede e nisso vão-se dias, semanas, meses... até que uma nova versão do filme triste é apresentada. Ó céus, dai-me paciência! Isso tudo é medo da vida, toma vergonha nessa cara. De uma vez por todas, abra as janelas e deixe-me ir!

4 comentários:

  1. dificil entender esse texto!
    :)

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  2. Eu, quem? :)
    Verdade... É um post ensimesmado, de mim para mim mesmo. Tem gente que escreve lembrete em post-it, eu escrevo no blog...

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  3. eu = alma belorizontina q acompanha seu blog.

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  4. De você pra mim também.
    Beijo.

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