quinta-feira, 30 de agosto de 2012

Nevermore

O lugar inacessível com que sonham os vampiros
A condição de ser finito,
A angústia dos mortais. 
O dom do tempo
O som do vento a desfiar a vida no fiar da vida
Nos desatando
Desatando nós

Nevermore
Selo nas pontas dos momentos
O aval ao esquecimento
Depois de tudo, o nada
Para sermos outros
Para o movimento
Para sempre o novo 
Para nunca mais.









domingo, 19 de agosto de 2012

Ciranda

Viva a dança dos amantes, dos amáveis, dos pulsantes
Viva a troca dos pares, dos pedaços, dos espelhos
A mistura das nossas deformações.



sábado, 4 de agosto de 2012

Os sonhos já saiam da boca desfeitos, hoje sonho com slogans e frases de efeito.

quarta-feira, 27 de junho de 2012

No mundo dos zumbis

O que pulsa assusta.
O que poderá existir de ti se renegares a tua contradição?
Sombras só não existem no escuro.
De que vale o perdão no exílio?

Babe



Se os hipócritas te pintam de louco, babe!

Babe, tens razão,
O problema não em ti,
Mal jazz aqui fora
Fora de Dogville.

Tua puteza jegue imaculada, 
Bode ir dormir só cegada!

sábado, 24 de março de 2012

Na fonte

Ao teu lado, a solidão. A sensação de estar longe de casa, à espera de um ônibus que não vai passar. Não chega a doer, embora me entristeça teu abandono. Olho à volta e noto que conheço este ponto: é o deserto em que vacilo, toda vez que faço da vida a espera. Mas há algo de novo.

Há uma solidão ciente de si, a minha presença no conto. Cai em pé e não ouso sentar, qual sentido? Estou aqui num corpo com pernas, Godot desperto, inquieto. Há essa consciência do movimento, da potência, dos desejos, a necessidade de ir. A alegria incontida do recém-descoberto, este estar de passagem ganhando os dias, sem medo de perder nos desencontros, deliciosamente perdido no mistério das possibilidades.

Me sinto encontrado no vazio em mim, faminto de beleza, excitado pelas conquistas vindas de meu movimento. A tristeza pela tua ausência quase me faz esquecer que de fato tenho sorrido muito e suado para caminhar. Digo sim à vida que vem se tecendo com meus passos, sou bobo de negá-la? Em minha mão descubro uma rosa, e o deserto queimando, um desperdício. "Não pude ficar, fui à pé procurar água."

sábado, 25 de fevereiro de 2012

terça-feira, 24 de janeiro de 2012