quarta-feira, 26 de janeiro de 2011

Amorfo

São raras as vezes em que ele me procura, sempre através dos sms de celular. Fico surpreso e contente, quase lisonjeado. Seu número na tela me dá uma pequena satisfação: a invenção de ter sido lembrado no seu dia tão atribulado. As mensagens sempre surpreendem, quem é que espera o destrato casual de um antigo amor? Seus sms nunca me saúdam, nem falam de saudade: são convites diretos ao sexo. E ele oferece o "rabo" do atual namorado, não como brinde, mas condição para a trepada. Só serve se for a três, mesmo porque o terceiro sempre serei eu. Sou eu a prenda. Há tantos corpos desconhecidos por aí, por que foder justo com a nossa história?